terça-feira, 25 de maio de 2010

BIO

Sustentabilidade e Meio Ambiente.

Conselho de Biologia

Educação Ambiental e Cidadania.

A Educação Ambiental é um instrumento de melhoria da qualidade de vida, a partir da formação de cidadãos conscientes de sua participação local no contexto de conservação ambiental global.

O reconhecimento do impacto ambiental originado pelas mais diversas atividades econômicas, de dimensão mundial, exige uma nova postura e comprometimento das populações quando à atenção dispensada ao meio ambiente. Desta forma, consolida-se a necessidade de compreensão pela comunidade, sobre o estilo de vida alicerçado na ética, cultura e equidade, como imperativos morais, na mobilização dos diversos setores e motor da transformação das sociedades.

A garantia a todos do direto ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e educação ambiental está calcada na Constituição Federal de 1988 e na Constituição de alguns Estados da Federação. Em 1994 foi criado o PRONEA – Programa Nacional de Educação Ambiental e em 27 de abril de 1999, foi instituída a Política Nacional de Educação Ambiental, estabelecendo as linhas de atuação formal e não-formal, para promover ações que estimulem a visão crítica e a postura pró-ativa por todos os setores da sociedade.

A educação é uma prática social, que se diferencia da aprendizagem pelo processo de interação do homem com o contexto, portanto, educar é uma atividade orientada para mudar as circunstâncias através da transformação dos sujeitos, interferindo nos seus processos de aprendizagem. Segundo os princípios preconizados na Conferência de Tbilisi, para exercer a educação ambiental é preciso definir que orientação se pretende dar aos processos de aprendizagem.

Nessa concepção, a aprendizagem cooperativa torna efetiva a proposta socioconstrutiva do processo participativo com envolvimento da comunidade, e com o propósito de trabalhar a realidade ambiental local. Os educadores contribuem para melhorar o mundo, ao motivar a participação ativa da comunidade e atuar como agente de transformação na melhoria da qualidade de vida e proteção ao meio. Ao participar do processo de planejamento e execução de suas atividades de aprendizagem, o aluno tem a oportunidade de tomar decisões e aferir resultados, colaborando dessa forma, para a formação do cidadão do futuro. Dessa forma, a educação ambiental assume relevância operacional no contexto do desenvolvimento sustentável.

Vale a pena ressaltar os comentários de Silva (1996) sobre a cidadania ambiental que envolve a cidadania política, a relação sociedade/natureza, identidade cultural e seus objetivos pedagógicos.

“... a promoção da consciência ambiental implica no reconhecimento da poluição e degradação dos ecossistemas e de sua relação com o empobrecimento das pessoas e a falta de uma boa qualidade de vida da sociedade.Soberania é um exercício individual, do município, estado e nação. Além do convívio na família e na sociedade, é na escola que se forma o cidadão. Através da alfabetização, do estudo da história de seu povo e do reconhecimento dos territórios nos quais exercerá a soberania.A natureza ocupa lugar de destaque na identidade de um povo. Isto não impede muitos povos de dilapidarem seu patrimônio natural ao longo de sua história. Desde a colonização vimos acabando nossas florestas, extinguindo espécies, poluindo rios e degradando ecossistemas. Assim, aos poucos, nossa identidade se modifica, assumindo elementos de uma cultura global....a educação ambiental está comprometida com a construção de uma identidade cultural sustentada. Suas bases são: um projeto de liberdade para os povos latino-americanos; sua integração afetiva e cultural e um respeito aos limites ecológicos do nosso patrimônio natural, de modo a garantir seu usufruto pelas gerações futuras”.

O exercício da cidadania atende aos anseios do desenvolvimento sustentável. Por esta razão, o projeto de educação ambiental deve fundamentar-se no conjunto de direitos e deveres do cidadão para o exercício de uma soberania coletiva sobre os ecossistemas da biosfera. O processo de conscientização da sociedade aumenta em todo o mundo. Constitui-se na resolução concreta de abordagem dos problemas ambientais, por meio de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade, como agente fortalecedor da transformação social.

A participação da comunidade e a formação de uma sociedade sustentável auxilia o estabelecimento de estratégias e o cumprimento dos mandamentos ecológicos, de redução do lixo e de resíduos, melhoria das condições do ar e das águas, a conservação do solo, da flora e da fauna, das estadas e rodovias, além do uso racional da energia.

Autora: Denise Castanha Peres

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, G.E. Educação ambiental: princípio e práticas, São Paulo: Gaia 1993

SILVA, D.J. Viva a floresta viva. Florianópolis: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Programa de Educação Ambiental, 1996. 96p.
VIEZZER, M.; OVALLES, O. O Manual latino-americano de educação ambiental. São Paulo: Gaia, 1994.

A preservação do meio ambiente é um ato de cidadania e dever de todos

Será que esse dito desenvolvimento em que mata nativa é brutalmente derrubada para a construção de mais uma estrada para o bem estar dos humanos, por exemplo, pode ser considerado desenvolvimento? Será que o problema é aquele animal silvestre, que teve sua morada dizimada com a construção de um enorme e chique condomínio de casas no meio do seu habitat natural e ousa cruzar na frente de um carro de um “civilizado” qualquer, causando algum acidente? (normalmente o único prejudicado é o próprio animal, que quando não morre, fica com danos físicos irreversíveis). Será que o problema da falta de moradia é o único e exclusivo do meio ambiente? Que é normalmente o “prejudicado” com invasões e loteamentos irregulares e clandestinos? Será que o assassinato em massa de cães e gatos, é a solução para aquele animalzinho que não pediu p/ nascer?

Essas são apenas algumas questões a serem levantadas, e já que não temos como voltar 507 anos atrás, às origens do país, que pelo menos reflitamos sobre a necessidade deste dito desenvolvimento, que na verdade nada tem de positivo, pois além de degradar o ambiente não faz uso de estudos de impactos ambientais para a sustentabilidade e preservação de todo um sistema ambiental.

São de suma importância a participação da sociedade, a fiscalização e participação nas políticas públicas. Cremos que ninguém mais interessado na preservação de nossas próprias vidas do que nós mesmos, não? Mero instinto de sobrevivência!

Pois é, nos com certeza não nos calaremos! Pela memória da vitória do movimento ambientalista na década de 70, pela vida dos humanos que pensam que estão se desenvolvendo, pela vida dos animais, pela preservação e conservação do pouco que ainda nos resta, pelo desenvolvimento da verdade e pela reflexão de que o verdadeiro desenvolvimento não é a destruição ambiental. A sociedade consciente e unida consegue reverter essa situação SIM! Tem uma frase celebre que eu gosto muito, que diz: “Comece fazendo o possível e logo você estará fazendo o impossível” São Francisco de Assis. Sejamos nós as diferenças...

A preservação do meio ambiente é um ato de cidadania e dever de todos. Exerçamos a cidadania sócio-ambiental e fiquemos atentos para a proteção dos animais.

Como dizia Humboldt: “Avalia-se o grau de civilidade de um povo pela forma como trata seus animais” SEJAMOS CIVILIZADOS TAMBÉM!

Para onde vamos com nossas agressões ao planeta? O pessimismo da resposta varia, mas há um consenso: À HORA DE AGIR É JÁ.

Propaga-se, por exemplo, a noção que esta em curso a sexta extinção em massa. As cinco anteriores conhecidas pela ciência deixaram registros geológicos concretos. A maior aconteceu há 250 milhões de anos; a mais conhecida, a que extinguiu os dinossauros, há 65 milhões. Extinções, evidentemente, fazem parte da história da terra – a taxa de extinção considerada normal é de 1 espécie em 1 milhão por ano, a atual gira em torno de 1000 por ano entre espécies conhecidas e ainda não catalogadas. O aquecimento global tampouco é apenas uma hipótese no horizonte do médio prazo. Todas as grandes geleiras do planeta estão se tornando mais quentes, animais mudam suas rotas migratórias, a diferença de temperatura entre dia e noite cai. Os níveis de dióxido de carbono são mais altos dos últimos 420.000 anos. Se as emissões continuarem, atingirão um estágio que ocorreu pela ultima vez no Oceano, há 50 milhões de anos.

Estamos a um passo da nossa própria extinção. A vida começou na terra há cerca de 3,5 bilhões e ainda há 6 bilhões pela frente antes que o sol incinere a terra. Cerca de 60 bilhões de seres humanos já viveram antes de nós. Seria demais deixar um desaparecimento catastrófico acontecer justo no nosso turno?Estamos nos aproximando de um ponto que não terá mais volta.

O ambiente equilibrado é resultado das atitudes diretas do ser humano, onde o reconhecimento de que é necessária uma profunda mudança de percepção de pensamento para garantir nossa sobrevivência, ainda não atingiu a maioria dos lideres das nossas corporações, nem os administradores e os professores das nossas grandes universidades.

Nossos líderes não só deixam de reconhecer como diferentes problemas estão inter-relacionados, eles também se recusam a reconhecer como assim chamadas soluções afetam as gerações futuras. A partir de um ponto de vista sistêmico, as únicas soluções viáveis são as soluções “sustentáveis”. O conceito de sustentabilidade adquiriu importância-chave no movimento ecológico e ambientalista e é realmente fundamental.

Este, em resumo, é o grande desafio do nosso tempo: Criar comunidades sustentáveis isto é, ambientes sociais e culturais onde poderemos satisfazer as nossas necessidades e aspirações sem diminuir as chances das gerações futuras.


Autora: Angelita Cogo - economista e ambientalista